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UM ESTUDO DE ICONOGRAFIA MUSICAL DO PANO DE BOCA DO TEATRO AMAZONAS ATRIBUÍDO A CRISPIM DO AMARAL (1858-1911)
Última alteração: 2018-07-29
Resumo
O trabalho consiste no estudo de uma obra pictórica que integra o conjunto artístico da sala de espetáculos do Teatro Amazonas: o Pano de Boca conhecido como Alegoria do Encontro das Águas, atribuído ao artista pernambucano Crispim do Amaral (1858-1911). O objetivo desse estudo foi reunir e analisar as informações referentes ao Pano de Boca do Teatro Amazonas a partir dos fundamentos teóricos da história da arte e da iconografia musical, procurando estabelecer relações estéticas entre a decoração e a cenografia do teatro como espaço da música. Como procedimento metodológico, foi realizada uma pesquisa histórica, com o levantamento preliminar de dados biográficos do artista, buscando informações históricas e estéticas; foram registradas as informações existentes sobre a obra através da documentação visual da mesma; para a análise iconográfica utilizou-se como principal referência a teoria da arte de Erwin Panofsky, que estabelece os processos de análise e interpretação artística, além de outros teóricos que abordam a intertextualidade. As relações existentes com a iconografia musical se devem a este Pano de Boca pertencer a um teatro de ópera e também ao fato de Crispim do Amaral ser músico (flautista), chegando mesmo a fazer apresentações em saraus, em Manaus e Belém. A partir da análise dos aspectos formais, técnicos, estilísticos e simbólicos da obra, o pano de boca pode estar relacionado com outra obra de natureza musical, a ópera Jara, do compositor paraense José Cândido da Gama Malcher. Percebem-se relações intertextuais, entre a temática da ópera e a descrição do cenário utilizado em Jara no Theatro da Paz em 1895, com o pano de boca do Teatro Amazonas.
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