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Compilação e interpretação de códigos musicais em Braille no sistema computacional Musibraille.
José Antonio dos Santos Borges, Marcolino Matheus de Souza Nascimento, Dolores Tomé

Última alteração: 2017-06-21

Resumo


      A musicografia Braille é uma técnica de transcrição tátil inventada por Louis Braille, no início do século XIX e usada, praticamente sem diferenças, em todo o mundo pelas pessoas cegas. A base da codificação é a representação de símbolos musicais por meio de um ou mais células de seis pontos em relevo dispostos lado a lado, de forma idêntica às letras de textos Braille. As notas musicais e sua duração ocupam apenas uma célula Braille, sendo quatro pontos utilizados para definir o nome da nota e os dois outros para definir sua duração. Essa representação tão compacta leva a ambiguidades, por exemplo com dois pontos só se conseguiria representar quatro variações rítmicas. A altura da nota, por sua vez,  precisa ser representada em uma célula extra que precede a nota, mas devido ao fato de que numa música real muitas notas estão próximas entre si, essa célula extra pode ser frequentemente suprimida.
      Essas ambiguidades não eram importantes quando era um ser humano que lia a partitura, pois ele poderia intuir o desejo do compositor, porém quando o processo envolve uma tradução mecânica é necessária a utilização de heurísticas para desambiguação da escrita musical.
      Esse trabalho descreve o processo de compilação, ou seja, de leitura computadorizada do texto e sua tradução para uma tabela de informações que vai ser, posteriormente, interpretada por um gerador automático de partituras ou por um executor de simulação musical (midi). O núcleo deste desenvolvimento é uma tabela de símbolos, com acesso computacional otimizado, que associa a codificação braille, o tipo e categorização de cada elemento (por exemplo, Nota, Do), sua duração, símbolo musical braille e outras informações que permitem visualizar em tempo real a escrita em braille e a escrita convencional do texto musical, além de tocar a partitura.
      Este trabalho também descreve sucintamente o processo de tradução de partituras na codificação MUSIC XML, que permite que textos musicais criados em editores de partituras convencionais, possam ser transcritos de forma automática para Braille, com um mínimo de interveniência manual.
      A técnica de tradução utilizada está sendo aproveitada como base de desenvolvimento de alguns produtos educacionais, integrando a escrita musical convencional e a escrita Braille,  em tempo real, o que pretende ser a base de um processo de integração de alunos cegos e videntes nas classes de ensino de música convencionais.

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