Última alteração: 2017-06-12
Resumo
O uso de elementos que registrassem uma digital na intimidade do papel teve seu início a partir dos últimos anos do século XII e início do XIII. Os fabricantes de papel começaram a colocar em seus produtos silhuetas, desenhos ou sinais (marcas d´águas) que serviriam para indicar sua procedência ou que o identificasse. Esta prática estendeu-se por toda Península Ibérica através da região de Valência. A forma tradicional da produção artesanal das folhas de papel e o modo como as mesmas foram formadas separadamente umas das outras, fez com que existisse uma variante muito grande tanto no aspecto físico externo como na composição química interna que tem pouquíssima relação com o elevado nível de isotropia conseguido nos processos industriais papeleiros de hoje. No Brasil do século XVIII circularam papéis provenientes de vários lugares da Europa sendo que uma boa parte deste material até hoje ainda se encontra em bom estado de conservação, entretanto a história desta circulação ainda está por ser revelada. O objetivo deste trabalho é apresentar um resultado parcial das marcas d´águas encontradas nos acervos do musicólogo Francisco Curt Lange sob a guarda da UFMG e de partituras musicais do século XVIII sob a guarda da Escola de Música da UEMG. Os dados obtidos nessa pesquisa intencionam colaborar com estudos sobre a musicologia no período colonial: a história do papel e da diplomática.