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Sentimento nativista no Império do Brasil: entre a nova tradição iconográfica e a lenta construção de uma música nacional
Última alteração: 2017-07-04
Resumo
Representação direta entre a novidade do novo estado e a continuidade
remanescente de uma herança europeia na América, as experiências governativas que engendraram a “ideia de uma cultura nacional”, como em Ricardo Salles e Alfredo Bosi, encontram-se no cerne da discussão a respeito da formação de uma arte e de uma matriz identitária onde encontramos a literatura, e o seu papel de liderança, como segmento de uma cultura monárquica entre nós, a iconografia, mediadora das condições físicas e naturais de uma paisagem que não conseguindo se ver na Europa, reinventa-se como substrato exótico e diferenciador e a música, mais fechada e centrada na tradição operística, mesmo em sua face sacra, baseando-se na importação de um modelo elitista, mas distanciando-se da literatura e do seu projeto de desenvolver uma “temática nacional”, assim como do exotismo iconográfico. Dessa forma, propomos um olhar entre a iconografia musical da segunda metade do século XIX, durante o Segundo Império, e as variadas formas vigentes na época de representações artístico-musicais no contexto da formação de nosso romantismo, mediadas pela literatura imperial. Acreditamos que a música praticada nas províncias mais afastadas da capital da Corte pode representar uma dinâmica de resistência às novas e bem sucedidas tentativas de implantação de nacionalismos musicais entre nós, com ritmos e características singularizadas e circunstanciadas pelas diferenças regionais.
remanescente de uma herança europeia na América, as experiências governativas que engendraram a “ideia de uma cultura nacional”, como em Ricardo Salles e Alfredo Bosi, encontram-se no cerne da discussão a respeito da formação de uma arte e de uma matriz identitária onde encontramos a literatura, e o seu papel de liderança, como segmento de uma cultura monárquica entre nós, a iconografia, mediadora das condições físicas e naturais de uma paisagem que não conseguindo se ver na Europa, reinventa-se como substrato exótico e diferenciador e a música, mais fechada e centrada na tradição operística, mesmo em sua face sacra, baseando-se na importação de um modelo elitista, mas distanciando-se da literatura e do seu projeto de desenvolver uma “temática nacional”, assim como do exotismo iconográfico. Dessa forma, propomos um olhar entre a iconografia musical da segunda metade do século XIX, durante o Segundo Império, e as variadas formas vigentes na época de representações artístico-musicais no contexto da formação de nosso romantismo, mediadas pela literatura imperial. Acreditamos que a música praticada nas províncias mais afastadas da capital da Corte pode representar uma dinâmica de resistência às novas e bem sucedidas tentativas de implantação de nacionalismos musicais entre nós, com ritmos e características singularizadas e circunstanciadas pelas diferenças regionais.
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