Portal de Eventos Científicos em Música, 4º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical & 2º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Sistemas de Informação em Música

Tamanho da fonte: 
Orientalismo, exotismo e a representação visual do afro-ameríndio na ópera brasileira do século XIX
Márcio Pascoa

Última alteração: 2017-07-04

Resumo


A representação visual de negros e índios na ópera brasileira, especialmente os casos de Il Guarany (1870) e Lo Schiavo (1888) de Carlos Gomes (1836-1896) e Bug Jargal (1890) e Jara (1895) de José Cândido da Gama Malcher (1853-1921), não se baseiam numa fonte real, como o Naturalismo cientificista do ultimo terço do século XIX poderia sugerir. As fontes visuais (croquis de figurinos e fotografias), eventualmente com apoio de fontes literárias, dão conta de uma concepção exótica e orientalista de índios e negros, quando da criação de tais títulos operísticos. A imagem que estes indivíduos assumiram perante o próprio público brasileiro quando destas montagens originais, não resistiriam a uma comparação com os elementos circundantes. Isto porque tal concepção na verdade é baseada na forma como o cânone civilizatório do ocidente industrializado aceitava a existência de tais indivíduos. Sua imagem ‘real’ portanto era menos interessante do que a fantasia que se elaborou sobre eles, de modo a corroborar uma narrativa historicista de civilização e utopia da emancipação.

Texto completo: PDF