Portal de Eventos Científicos em Música, 6º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Corporalidade e humor nas capas das gravações sonoras comerciais (1992-2017) de Alejandro García Villalón “Virulo”.
Pablo Alejandro Suárez Marrero

Última alteração: 2021-04-29

Resumo


Alejandro García Villalón "Virulo" é um cantor-compositor cubano-mexicano com formação musical autodidata. Foi membro fundador do Movimento Nueva Trova, participou e dirigiu o Conjunto Nacional de Espetáculos de Cuba, além de fundar o antigo Centro Nacional de Promoção do Humor do arquipélago caribenho. Entre outros prêmios, recebeu o Prêmio Nacional de Humor em 2014, a mais alta distinção concedida pelo atual Centro de Promoção do Humor, que pertence ao Conselho Nacional de Artes Cênicas do Ministério da Cultura de Cuba. Embora existam antecedentes analíticos importantes de algumas de suas performances (Dalbem, 2012) e canções específicas (Ruiz-Trejo, 2012), até o momento as relações entre música e humor não foram sistematizadas na criação de "Virulo" em sua totalidade. Porém, menos ainda abordadas são as representações iconográficas dessas práticas musicais presentes em suas gravações sonoras comerciais (1992-2017). Este cantor e compositor possui um total de dezassete documentos musicais gravados em formato de disco Compact, a maior parte licenciados pela editora Discos Pueblo de Fonarte Latino (México) e pela EGREM Music Recordings and Editions Company (Cuba). Considerando que as capas das gravações sonoras comerciais de Alejandro García Villalón "Virulo" fazem parte de sua iconografia musical pessoal, é possível estudá-las como referências visuais de sua história de vida e biografia sonora. Sob esse teor, vale desvendar os possíveis significados que o corpo do sujeito-criador e seu humor adquirem nas representações iconográficas estudadas, em relação às práticas germinativas do documento musical e seus contextos de contato. Para a sistematização da iconografia presente nas capas das gravações sonoras comerciais de "Virulo", utiliza-se a proposta metodológica de Evguenia Roubina (2010), que revê os tipos de evidências (organológicas, musicológicas, antropológicas e teológico-filosóficas), a natureza da evidência (probatória, complementar ou específica) e seu grau de confiabilidade (alto, médio ou baixo). Além disso, considera-se oportuno complementá-lo com a análise tripartite proposta por Erwin Panofsky (1987) para o estudo do sentido naquelas capas onde prevalecem as evidências antropológicas: descrição pré-iconográfica (identificação de motivos artísticos), análise iconográfica (sistematização de conteúdo da imagem) e síntese iconológica (revelação do conteúdo simbólico da obra). Do ponto de vista operacional, a proposta de Roubina constitui uma etapa exploratória de abordagem das capas das ditas gravações sonoras comerciais, enquanto o método de Panofsky permite avançar para uma outra etapa explicativa. Essa comunicação segue o preceito de que a iconografia pode ser um valioso recurso metodológico para o estudo social da música. Assim, assumem-se os postulados do eixo cognitivo-comportamental da semiótica musical proposto por Óscar Hernández (2012), para questionar as circunstâncias específicas do contato corporal de Alejandro García Villalón "Virulo" com a música e o humor, bem como as reações corporais dos representados. sujeito antes de sua própria tarefa performativa.

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