Portal de Eventos Científicos em Música, 6º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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A iconografia musical nas partituras do compositor Valdemar de Oliveira e sua classificação nos gêneros considerados à época como populares e eruditos
Sérgio Deslandes, Armindo Ferreira

Última alteração: 2021-06-29

Resumo


Esta proposta pretende discutir elementos da iconografia musical nas capas das partituras impressas encontradas durante a pesquisa no acervo do compositor e instrumentista pernambucano Valdemar de Oliveira (1900-1977). Para tanto, entendemos o estudo da iconografia como uma narrativa que envolve a música e a imagem (LEITE, 2017) e que é uma das possibilidades de estudo, oriunda da Musicologia, cujo olhar se volta para o elemento imagético possuidor de elementos de linguagem musical (SILVA; SILVA, 2018).

O trabalho com o acervo se apresenta na perspectiva de uma pesquisa arquivística, já que, dentre outros elementos, se preocupa com o cotidiano da atividade musical e as funções das obras musicais (CASTAGNA, 2008). O acervo geral é composto de diversas partituras manuscritas das obras de Valdemar e possui um pequeno número de exemplares impressos de obras do próprio músico.

A distinção entre os gêneros "populares" e "eruditos" emerge após análise das referidas capas das partituras encontradas e torna-se claro pela escolha da tipologia gráfica para os títulos e pelas ilustrações presentes nas mesmas, além do fato de no gênero popular ser comum a escolha de pseudônimos para a assinatura das músicas.

Dividimos o material a ser analisado por antiguidade e gênero, com um total de 16 exemplos, abarcando os anos entre 1920, época em que Valdemar morou em Salvador, onde cursava Medicina, e 1944 quando foi premiado no Concurso da Canção do Nordeste do Governo Federal, sendo este o ano de sua última publicação identificada até agora.

As capas das partituras refletem, de certa maneira, os gêneros desenvolvidos pelo compositor, suas inclinações estéticas, políticas e sua condição social, visto que a impressão de partituras não era um processo barato e, geralmente, eram custeadas pelos próprios compositores, junto às diversas Editoras existentes nas duas capitais - Salvador e Recife - onde o autor atuava. Acreditamos ser de relevante importância este olhar, pois Valdemar, como diversos compositores ao longo do séc. XX, exercia seu ofício de compositor transitando entre os diversos gêneros, ora usando seu nome civil ora usando um pseudônimo.


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