Portal de Eventos Científicos em Música, 6º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Violeiro: reflexão sobre representação e imaginário
Cleisson Melo

Última alteração: 2021-04-29

Resumo


José Ferraz de Almeida Junior (1850 - 1899) e Oscar Pereira da Silva (1865 - 1939) foram dois pintores de significativa importância para o movimento realista brasileiro. Suas obras ricas em detalhes e realismo podem ser vistas como parte importante na construção de uma imagem histórica, capazes de fixar o imaginário social com narrativas e representações iconográficas. Nesta busca por um contraponto com os moldes euro centristas, especialmente na obra de Almeida Junior, novos códigos de expressão emergem, trazendo uma aproximação com o real e uma representação de signos e símbolos socioculturais.

Para Bakhtin, a cultura é uma ininterrupta dialogia de confrontos e embates de vozes, onde a análise dialógica do discurso vê a língua como uma prática social. Por outro lado, a partir da visão de Saussure, em contraponto, com base na semiótica, é possível uma análise sígnica partindo do próprio signo. Ou seja, estudar o signo de dentro. Da mesma forma, Tarasti aponta para a possibilidade de análise que vai do superficial a aspectos mais profundos e cognitivos, passando pela representação social do puramente corpóreo (superficial), até as normas e regras sociais. Neste sentido, a representação do caipira enquanto ser cultural e representativo, onde a viola é parte essencial dessa cultura, é parte significativa na construção de um imaginário como lugar e espaço de representação. Assim, com base em algumas obras destes pintores, este trabalho pretende trazer um olhar iconográfico pelo viés semiótico, no sentido dialógico do processo de representação e construção intersemiótica do imaginário identitário social no entorno da cultura caipira.


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