Portal de Eventos Científicos em Música, 6º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Considerações sobre a montagem de Il Guarany de Carlos Gomes no IV Festival Amazonas de Ópera
Luciane Páscoa

Última alteração: 2021-04-29

Resumo


A quarta edição do Festival Amazonas de Ópera coincidiu com uma efeméride polêmica: as comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil. Realizado pela produtora São Paulo/Imagem Data, o festival aconteceu entre os meses de abril e maio de 2000, destacando-se quatro récitas de Il Guarany, de Carlos Gomes. A montagem teve a direção cênica de Iacov Hillel (1949-2020), cenografia de Renato Theobaldo, figurino de Elena Toscano, um elenco de cantores brasileiros e estrangeiros, uma equipe para maquiagem e pintura corporal, além da participação dos corpos artísticos do Teatro Amazonas. Depois de um intervalo de 93 anos assistia-se novamente uma montagem de Il Guarany no palco do Teatro Amazonas, visto que a última récita registrada pelo musicólogo Márcio Páscoa (2000) foi realizada na temporada lírica de 1907. Incumbida de grande responsabilidade, a produção do espetáculo foi meticulosa e seguiu uma proposta visual naturalista, com vários elementos conceituais inseridos nas soluções cênicas. A retomada da produção das óperas de Carlos Gomes foi iniciada pela produtora São Paulo/Imagem Data alguns anos antes, durante a realização de um ciclo gomesiano no Teatro Nacional de Sofia, na Bulgária. Pretende-se neste estudo analisar os aspectos iconográficos, estéticos e simbólicos do espetáculo através das fotografias produzidas por Alberto Cesar Araújo e Roumen Koynov, que integram o acervo da produtora. Serão abordados documentos que se referem à recepção crítica do espetáculo registrada no período. Para isso, fundamenta-se nas teorias de Panofsky (2014), Chiaradia (2011), Kossoy (2001), Dubois (2003) e Pavis (2014), para a análise das fotografias e do espetáculo, procurando contribuir para a memória da ópera no norte do país.


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