Portal de Eventos Científicos em Música, 5º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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A iconografia musical na obra de Chico Liberato
João Riso Souza Liberato de Mattos

Última alteração: 2020-04-11

Resumo


Este artigo se dedica ao estudo da iconografia musical do artista baiano Chico Liberato. Nascido em Salvador no ano de 1936, Liberato é herdeiro de uma linhagem de primogênitos de mesmo nome, todos eles batizados como Francisco Liberato de Mattos. Essa tradição onomástica teve início em 1813 com o político liberal baiano que se tornou Governador do Paraná (1857) e depois Governador da Bahia (1866). Apesar da história familiar ligada à política e profissões convencionais, Chico Liberato se tornou um artista versátil, conectado a movimentos de vanguarda. Sua obra é multifacetada, contendo pinturas, desenhos, esculturas, instalações, cenários para dança, filmes de animação, cartazes, capas de disco e logomarcas. Sua iconografia musical está presente principalmente nos filmes de animação, nas pinturas e nos cartazes. Surge ao longo da vida a partir do seu interesse pessoal pelo universo sonoro, da sua amizade e parceria com músicos como Ernst Widmer, Rufo Herrera, Elomar, Rinaldo Rossi, Xangai, e principalmente pelo seu reconhecimento da importância da música na cultura popular do Brasil e da América Latina. Liberato viveu e trabalhou no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e diretor do Departamento de Imagem e Som da Secretaria de Cultura da Bahia. Apesar da vivência em meios urbanos e cosmopolitas, as fontes de inspiração que dominam a sua arte estão ligadas ao sertão, às florestas, à etnia nacional e suas matrizes culturais principais - Tupi, Afro e Lusa. Os músicos, as danças e os instrumentos aparecem na obra de Liberato ligados a manifestações da cultura popular. Em momentos e situações diversas surgem sanfoneiros, zabumbeiros, aboiadores, tocadores de triângulo, tocadores de berimbau, flautistas, violeiros, rabequistas, rezadeiras, além de dançarinos e cantores. A iconografia musical jamais foi um objetivo de Chico Liberato, no entanto o forró, o samba, o aboio, as canções religiosas, a capoeira, o samba-reggae, a música dos índios amazônicos e andinos acabaram por se tornar parte natural de sua busca, de sua vida e consequentemente de sua obra.

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