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“Eu sou da Lira, não posso negar”: trajetórias de vida, memórias e políticas culturais nas bandas civis centenárias de campos dos Goytacazes (RJ)
Karina Barra Gomes

Última alteração: 2023-10-24

Resumo


O tema desta investigação são os modos de vida nas Bandas Civis e as ações culturais por elas desenvolvidas, considerando a longevidade desse agrupamento centenário de músicos, em Campos dos Goytacazes, dos quais selecionamos a Lira de Apolo, a Lira Conspiradora e a Lira Guarany. Os objetivos da pesquisa implicam discutir cultura (modo de vida) e os paradigmas políticos da ação cultural, priorizando seu caráter social, a memória e a identidade, passando pelos direitos sociais e direitos culturais; compreender os processos de formação identitária dos músicos campistas vinculados ao seu modo de vida, a seu locus de permanência (as Bandas) e às ações culturais do passado e do presente; contribuir para o pensamento crítico na construção de memórias tecidas a partir das relações de pertencimento e experiências afetivas dos sujeitos mediante suas narrativas de vida, buscando encontrar as formas de permanência das Bandas Civis, ao longo do tempo e na contemporaneidade. A metodologia consiste na pesquisa bibliográfica em livros, artigos e pesquisa documental nos acervos das Bandas; em observação participante em ensaios, aulas, festas, retretas, tocatas; e na história oral de vida, método importante para colher narrativas orais, memórias e conhecer os vínculos identitários dos sujeitos com sua cultura. Justificamos a pesquisa pela relevância e a incorporação do social por meio das narrativas orais, oportunizando a construção de sua temporalidade e valoração, a fim de evitar o esquecimento dos músicos, sua cultura e memória. As Bandas campistas se ajustam ao aspecto residual na cultura onde relações sociais, táticas e estruturas de sentimento norteiam a democracia participativa como um paradigma da ação cultural atuante. A participação torna os sujeitos protagonistas na afirmação de sua identidade por meio das vivências e da educação social. A criatividade presente nas redes de solidariedade e a organização cultural ajudam a satisfazer suas necessidades, enquanto a cooperação, o voluntariado e a educação não formal apontam o caminho para o alcance de direitos culturais, fazendo das Liras um lugar de memórias centenárias e de valores permanentes.


Palavras-chave


Paradigmas da Ação Cultural; Cultura; Memória; Identidade; Bandas Civis;