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O olhar do espelho: representações do universo musical em um Brasil colonizado
Última alteração: 2018-07-29
Resumo
Todo processo de colonização se expande muito além de políticas de dominação econômica e territorial. A formação de um império colonizador move um sem fim de ações que, em seu conjunto, criam a ideia da necessidade da colonização. Forma-se, como afirma Edward Said, um movimento de construção por fantasia onde todo o processo de comunicação participa. O “outro” é forjado na confluência de relatos de viagens, poesias, romances, ficções, filmes, imagens jornalísticas, enfim, um movimento metanarrativo constituído como discurso da “necessidade” mediadora. Formam-se ícones canônicos que atravessam o tempo. Articula-se o exótico, revela-se as diferenças, mas também a adesão dos nativos, que reproduzem modelos consagrados nas metrópoles. O objetivo deste trabalho é explorar tanto a formação da ideia da necessidade mediadora como da própria manifestação da cultura colonizada. Os objetos de estudos reúnem imagens dos pintores coloniais assim como o fotojornalismo cultural do século XX, articulados não numa estrutura temporal, mas sim ideológica, a ideologia da civilização com suas ambiguidades, conflitos e acomodações. Em síntese, a comunicação trata de discutir uma integração de percepção das estruturas de sentido das relações produtivas: desde seu alinhamento dentro dos cânones da linguagem e a forma de retroagir com esse fluxo, até a perspectiva particular de compreender a tradição, numa perspectiva metanarrativa forjada no sentido de uma cultura colonizada.
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