Portal de Eventos Científicos em Música, 2º CONGRESSO BRASILEIRO DE ICONOGRAFIA MUSICAL

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COMO ANALISAR ICONOLOGICAMENTE OS INSTRUMENTOS SMETAK?
Daniel Urpia, Pablo Sotuyo Blanco

Última alteração: 2018-07-29

Resumo


No contexto dos estudos iconográficos e iconológicos, duas linhas de pensamento e analise se confrontam: Panofsky e Warburg. Para Panofsky o objeto estudado é dividido em três camadas caracterizando a peça pelo tema, sendo analisada esteticamente em seguida e decifrando seu significado de acordo com o sentido que lhe foi dado na origem. Nesse sentido, Panofsky explica as diferenças existentes entre os termos iconografia e iconologia. A primeira tem por objetivo ser um estudo informativo e classificativo sobre uma dada imagem, a segunda é utilizada para denominar o estudo cultural de uma obra, como símbolo de uma sociedade baseado em seu contexto histórico, filosófico e social. Procura a relação da imagem com a cultura da época, filosofia, religião e hábitos de determinado povo que se apresentem retratados em uma obra. Em suma, Panofsky estabelece como objetivo a interpretação de todos os elementos: formas, motivos, historias. O principal problema do método a partir do século XX é a não possibilidade de aplicá-lo em todas as obras, a exemplo das mais abstratas. 

Por sua vez, a escola de Warburg centralizava suas preocupações na questão da psicologia da imagem. Warburg se mostra muito interessado pela questão da utilização de formas de um tempo passado em uma geração posterior levando em consideração uma motivação psicológica para a reutilização dos objetos do passado. De acordo com Warburg, as imagens seriam formadas por motivações psíquicas relacionadas a uma determinada época e carregadas para dentro de outras culturas, onde seriam remobilizadas em função do seu conteúdo e reorganizada em função do novo contexto. Assim, Warbug concebe a imagem como resultado do contexto social, político, religioso e psicológico. Considerava que o trabalho de decifração das imagens dependia da sua posição histórica especifica e acreditava estar atuando na revitalização das imagens do coletivo do passado da mesma forma que o artista ao criar a obra.

Face a tais diversas abordagens, o presente trabalho propõe discutir a dimensão visual dos instrumentos Smetak a partir de uma discussão construída no confronto entre o método de Panofsky e os pressupostos da Escola de Warburg, face ao simbolismo imanente nos instrumentos Smetak junto ao pensamento do seu criador.

 


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