Última alteração: 2015-10-31
Resumo
Uma das primeiras lições musicais discutidas nos tratados musicais quinhentistas é a descrição da escala musical conhecida por Gammaut. Trata-se, na verdade, do âmbito no qual a música deveria ser escrita, normalmente formado por 20 notas (20 Signos), de Sol3 até Mi5. O intuito deste artigo é evidenciar as típicas representações do Gammaut que circulavam no continente europeu e no Reino Unido durante o século XVI já que os autores introduziam e discutiam os demais elementos indispensáveis para o conhecimento musical a partir destas imagens. Para isto, traçar-se-á um breve panorama de conceitos como Claves, Vozes, Signos, Dedução, Propriedades e Solmização a partir do estudo das seguintes obras representativas: Theorica musicae (1512 - primeira edição 1492) de Gaffurius; Musicae activae micrologus (1535 - primeira edição 1517) de Ornithoparcus; Compendiolum Musicae (1548) de Faber, um dos livros mais populares nas escolas luteranas durante os séculos XVI e XVII; Musica (1544 - primeira edição 1537) de Listenius - assim como a obra de Faber, o livro didático de Listenius também foi bastante usado pelos luteranos no século XVI; Declaracion de instrumentos musicales (1555) de Bermudo; Erotemata Musicae Practicae (1563) de Lossius; A Brief Introduction to the skill of Song (c. 1592) de Bathe; The Pathway to Musicke ... (1596) e A Plaine and Easie Introduction to Practicall Musicke (1597) de Morley. Em suma, pretende-se ilustrar alguns dos conceitos próprios da prática musical quinhentista através de sua iconografia, além de evidenciar as semelhanças e as particularidades presentes nas ilustrações dos Gammauts expostas por estes autores.