Última alteração: 2015-06-20
Resumo
O presente artigo têm por motivo perscrutar através da iconografia do acervo da Orquestra Vitor Sant’Ângelo quais as possíveis funções e interesses das editoras e lojas de música no Brasil. Que objetivos pretendiam alcançar organizações como Casa Manon, Ricordi Americana, Irmãos Vitale, entre outras, ao proporcionar partituras, muitas vezes gratuitas, do universo nacional e internacional? Tinham o desejo de colocar a obra de arte ao alcance do público? Buscavam imprimir ou manipular uma expressão da realidade sociocultural de um determinado povo? E com que finalidades? Este recurso seria aproveitado para a venda de instrumentos, comercialização de partituras e veiculação de uma produção musical revestida de um caráter utilitário? Segundo a Editora “Irmãos Vitale” (fundada em 1923) : Nos primórdios da MPB, o compositor era, antes de tudo, um idealista e um sonhador. Criava maravilhas - mas nem sempre estava preparado para administrá-las. O rádio estava nascendo. Os primeiros discos começavam a ser gravados. O talento pioneiro de artistas como Pixinguinha começava a ser comercializado. Foi nesse contexto que surgiram as primeiras editoras musicais no Brasil”. Portanto, a partir de um repertório de orquestra de baile, sem nenhuma pretensão científica por enquanto, este trabalho procura apresentar num primeiro momento a nível histórico e sociológico as imagens contidas nestas partituras do que se ouvia e vendia no cenário musical brasileiro. Assim, diante de uma primeira observação, estas sugestões e suposições pretendem proporcionar um material de base que se presta ser interessante e possam proporcionar a futuros pesquisadores questionamentos e modos de tratá-los de uma forma mais aprofundada e interpretativa.