Última alteração: 2020-04-11
Resumo
O mais importante Tratado de Arquitetura, escrito por Vitrúvio em 26 a.C. e impresso, em inúmeras edições e línguas a partir do século XV, traz, no seu livro X, a descrição de um órgão de tubos hidráulico, entre os diversos “mecanismos” e “invenções” pelas quais o arquiteto deveria se ocupar e, evidentemente para esse soldado romano, resolver sua manufatura.
O grande desafio de todos os seus tradutores e editores, a partir do Renascimento, foi justamente ilustrar algumas passagens desse manuscrito vitruviano: além de infinitas discussões sobre o latim do autor romano, que perduram até a última edição (M. Justino Maciel Lisboa 2006), a iconografia deduzida desse texto teve inúmeros intérpretes, como Andrea Palladio, que voluntariamente criaram um universo formal de referências, a cada edição entre os séculos XVI e XIX, para as mais intricadas e curiosas passagens do “De Architectura Libri Decem”.
Assim, por meio de uma pesquisa da representação dos “hidraulos” descritos por Vitrúvio (livro X, cap. 8), nas 54 edições e traduções desse tratado escrito sob os primeiros anos de Otaviano “Augusto”, volumes depositados na Biblioteca Cicognara (Fundo Vaticano 1824), poderemos assim percorrer uma inédita linhagem iconográfica de um instrumento musical que já era considerado, sob honras imperiais romanas, o príncipe dos sons monumentais!