Última alteração: 2020-04-11
Resumo
Representações iconográficas têm possibilitado a expansão dos estudos sobre a imagem, seja esta como imagem físico-visível, imagem-linguagem ou imagem-conceito. Segundo a conceituação conferida por Baldiserra (2008), “a imagem-conceito pode ser entendida como construto simbólico, complexo e sintetizante, de caráter judicativo/caracterizante e provisório, realizada pela alteridade mediante permanentes tensões dialógicas, dialéticas e recursivas, intra e entre uma diversidade de elementos-força, tais como a cultura, os saberes prévios, a subjetividade e as expectativas. Afirma-se a tese de que a imagem-conceito, anterior à comunicação, realiza-se no âmbito da significação, tendo a comunicação como um dos seus principais processos potencializadores.” Neste sentido, e a partir do paradigma da complexidade (Morin), os complexos processos de significação aos quais estão vinculadas, permitem estudar o contexto “eco-psico-sócio-cultural” no qual seus significados são urdidos, revelando as tramas subjacente aos seus processos criativos. No espaço brasileiro, as representações de práticas musicais se destacam a partir dos desdobramentos da semana de 22 na apropriação do modernismo no país, problematizando o conceito de “brasilidade”. Partindo da contribuição de Lasar Segall, como introdutor de uma linguagem imagética apurada em meios exógenos ao brasileiro, identificamos as formas pelas quais principalmente o corpo e a corporeidade passam a estruturar as cenas e composições visuais. A partir da análise iconológica das fontes, buscamos demonstrar como suas representações podem acompanhar representações do feminino e do masculino e da forma como são (des)vestidos, induzindo a uma brasilidade construída em mitopoéticas imagéticas.