Na atualidade, pesquisadores que se dedicam a investigar o cordofone denominado violão, sobretudo os que abordam o instrumento em diferentes contextos, tendem a contemplar questões de identidade cultural, musical e social, ao perceberem que somos o resultado condensado de manifestações de povos que estão ligados por um passado comum, a depender da realidade de cada país ou região (Vizcaíno, 2007). Ademais, deve-se considerar que uma parcela dessa composição identitária é promovida pelos veículos de comunicação, que compreendem a imprensa periódica e, ou, as culturas de massa (Horkheimer; Adorno, 2002), eventualmente em conciliação com o âmbito estatal. Neste sentido, a música tem como seus principais meios para sua propagação massiva a editoração e a inauguração dos registros fonográficos no fim do século XIX e o seu desenvolvimento mercadológico no século XX, sobretudo através dos jornais, das revistas, da publicação de partituras e principalmente por meio da circulação dos discos em 78 rpm e da programação das rádios (Zan, 2001).Ao direcionarmos para a imprensa periódica, pode-se ver que a música vem sendo abordada sistematicamente, desde o século XIX, no âmbito brasileiro e, segundo Volpe (2022), para compreender o seu papel como componente da história cultural, faz-se pertinente um olhar metodológico para os tipos de fontes que integram este meio de comunicação (jornais, revistas, boletins, gazetas, etc.). Portanto, este texto visa observar a iconografia presente na revista denominada O Violão, que esteve em circulação a partir da cidade do Rio de Janeiro, com 10 edições, entre dezembro de 1928 até dezembro de 1929. Tomaremos como ferramenta metodológica as propostas de Volpe (2022) que propõem-se dimensionar as investigações sobre os conteúdos em periódicos concernentes à música, a estruturação dos seus assuntos no sistema integral das suas publicações e nas suas partes, a incluir a sua iconografia. Escolhe-se essa revista pois ela representa um espaço dedicado às publicações sobre o violão na própria cidade do Rio, a comportar anúncios diversos, sendo, pela primeira vez, um espaço mais completo para as divulgações de aulas de música, divulgação de eventos, de concertos, de partituras e textos.