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A música de farda: análise iconográfica da publicação Uniformes do Exército Brasileiro – 1720-1922, desenhado e aquarelado por José Wasth Rodrigues
Última alteração: 2015-10-24
Resumo
Por ocasião da morte de José Wasth Rodrigues (1891-1957), Carlos Drummond de Andrade se referiu a ele como “um dos maiores historiadores brasileiros, não pela palavra escrita, mas pela imagem”. A admiração do escritor não era apenas retórica. Além de pintor, desenhista e ilustrador, Wasth foi profundo conhecedor do mobiliário, indumentária, armaria e arquitetura brasileira do período colonial e defensor da preservação do patrimônio histórico e artístico nacional. Esse saber foi construído em um contexto intelectual que ficou conhecido como Neocolonialismo, movimento disseminado em vários países das Américas no início do século XX e pregava a valorização e nacionalização de referenciais estéticos coloniais como embriões de uma cultura própria, em contraposição à descaracterização que acontecia através da invasão de modelos neoclássicos e ecléticos europeus. Para dar sustentação a seus estudos, Wasth se valeu da iconografia e documentação histórica, como também de exemplos arquitetônicos ainda existentes em várias cidades brasileiras. Um de seus trabalhos resultou em 223 pranchas desenhadas e aquareladas com centenas de militares para o livro Uniformes do Exército Brasileiro, com texto introdutório de Gustavo Barroso. A publicação feita para as comemorações do centenário da Independência do Brasil em 1922 ordenou cronologicamente duzentos anos da história da indumentária do exército. No interesse específico da iconografia musical estudaremos os soldados músicos ali retratados. A partir delas somos levados a considerar os vários aspectos sobre a construção desses modelos frente ao movimento de valorização do caráter nacional.
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