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Representações iconográficas nos impressos musicais do século XIX no Brasil
Última alteração: 2015-10-24
Resumo
Esta pesquisa, ainda construída de forma preliminar, apresenta uma discussão sobre fontes iconográficas presentes nos impressos musicais brasileiros, com foco no material produzido durante o século XIX. O que abordaremos são representações imagéticas como documentos históricos no intuito de contribuir com os estudos sobre a iconografia musical no contexto estudado. Essa arqueologia das imagens e suas representações será tratada como um mapeamento das formas e mensagens, em princípio obscuras, e suas relações com o texto musical que as acompanha, permitindo apreender um campo constituído de formas peculiares de significados.
Segundo Jean-Claude Schmitt (2006) o sentido da imagem ultrapassa a tentativa de considerá-la como uma simples ilustração de um texto. Ele é dado na apreensão de sua estrutura, na organização das figuras sobre sua superfície e “nas relações formais e simbólicas” que elas possuem entre si. Para isso, realizaremos a busca do sentido em duas direções: a primeira enfatizaremos o simbolismo social, político, étnico, ideológico, que é refletido pela representação iconográfica, “encarando o conteúdo das imagens e das condições sociais e psicológicas, numa relação com a forma e a produção cultural” (LOURO, 2010) seguindo a perspectiva de E. Panofsky, segundo a qual a análise iconográfica descreve os assuntos ou temas que são ali representados. Numa outra perspectiva, Panofsky refere-se à análise iconológica, que procura compreender estas representações como um documento histórico e geográfico sobre uma determinada cultura; a segunda “leitura” que realizaremos estabelecerá a possibilidade da relação, ou representação que a imagem remete-se à obra musical em si mesma.
É esta a estratégia que operaremos para a compreensão do processo histórico e cultural dessas produções, e nesse sentido essa reflexão, além de encaminhar para um viés metodológico de estudos, propõe um ato de sensibilização para que estas representações possam ser reconhecidas e levadas em consideração nos estudos musicológicos atuais.
Essa transdisciplinaridade da musicologia, que avança em novas perspectivas de abordagem, já destacada por DANTAS (2013, p.30), pode favorecer a construção “narrativas espaço-temporais”, delineando não só novas perspectivas metodológicas, mas a transformação do próprio atributo profissional musicólogo.
Tendo em vista o significativo volume de obras musicais impressas em acervos de instituições e que esses documentos musicais, em sua grande maioria, trazem como informação preliminar um destacado conjunto iconográfico que permite uma leitura contextual destas obras, acreditamos que esse patrimônio histórico e imagético possa constituir-se em uma importante base de pesquisa iconográfica e musical e a ampliação de novos horizontes musicológicos.
Segundo Jean-Claude Schmitt (2006) o sentido da imagem ultrapassa a tentativa de considerá-la como uma simples ilustração de um texto. Ele é dado na apreensão de sua estrutura, na organização das figuras sobre sua superfície e “nas relações formais e simbólicas” que elas possuem entre si. Para isso, realizaremos a busca do sentido em duas direções: a primeira enfatizaremos o simbolismo social, político, étnico, ideológico, que é refletido pela representação iconográfica, “encarando o conteúdo das imagens e das condições sociais e psicológicas, numa relação com a forma e a produção cultural” (LOURO, 2010) seguindo a perspectiva de E. Panofsky, segundo a qual a análise iconográfica descreve os assuntos ou temas que são ali representados. Numa outra perspectiva, Panofsky refere-se à análise iconológica, que procura compreender estas representações como um documento histórico e geográfico sobre uma determinada cultura; a segunda “leitura” que realizaremos estabelecerá a possibilidade da relação, ou representação que a imagem remete-se à obra musical em si mesma.
É esta a estratégia que operaremos para a compreensão do processo histórico e cultural dessas produções, e nesse sentido essa reflexão, além de encaminhar para um viés metodológico de estudos, propõe um ato de sensibilização para que estas representações possam ser reconhecidas e levadas em consideração nos estudos musicológicos atuais.
Essa transdisciplinaridade da musicologia, que avança em novas perspectivas de abordagem, já destacada por DANTAS (2013, p.30), pode favorecer a construção “narrativas espaço-temporais”, delineando não só novas perspectivas metodológicas, mas a transformação do próprio atributo profissional musicólogo.
Tendo em vista o significativo volume de obras musicais impressas em acervos de instituições e que esses documentos musicais, em sua grande maioria, trazem como informação preliminar um destacado conjunto iconográfico que permite uma leitura contextual destas obras, acreditamos que esse patrimônio histórico e imagético possa constituir-se em uma importante base de pesquisa iconográfica e musical e a ampliação de novos horizontes musicológicos.
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