Portal de Eventos Científicos em Música, 5º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Iconografia no acervo de música paranaense da Escola de Música e Belas Artes do Paraná: rede de sociabilidade e o projeto de construção da identidade paranaense.
Charlene Neotti Gouveia Machado

Última alteração: 2020-04-11

Resumo


Nas décadas de 1980 e 1990, a Secretaria de Cultura do Estado do Paraná desenvolveu um projeto pioneiro de recolhimento e promoção da musica paranaense. Primeiro com a produção de concertos na série Paraná Canta iniciada em 1980 e, dois anos mais tarde, com a confecção do Caderno de Documentação Musical Bento Mossurunga, que atestou a criação da Sala Bento Mossurunga, espaço destinado à documentação musical e pessoal do compositor. Em 1985, o projeto avança com a publicação do segundo Caderno de Documentação Musical, desta vez do compositor Hans Poeck, resultado da doação pelos herdeiros de todo seu acervo para a Secretaria de Estado da Cultura. Durante o Governo de Alvaro Dias (1987-1991) foram constituídas 3 salas de música, cada qual com objetivos específicos dentro do plano de divulgação das obras paranaenses: a Biblioteca Renée Devrainne Frank, com o acervo de musica de concerto; Janguito do Rosário, debruçada sobre a música popular; e o Auditório Antonio Mellilo. Para compor a Biblioteca Renée Devrainne Frank, foram recolhidos arquivos privados através do recebimento de doações e aquisições, reunindo documentação musical e outras fontes documentais, como medalhas de honra, anotações, diários, bibliotecas, jornais e fotografias pertencentes aos compositores. Esse processo culminou com o lançamento do terceiro Caderno de Documentação Paranaense, em 1991, contendo o inventário musicográfico da Biblioteca Renée Devrainne Frank. Nos últimos 30 anos, depois de sofrer algumas mudanças físicas e passar pela gerência de diversas instituições estatais, essas fontes documentais foram reunidas na Biblioteca da UNESPAR - Escola de Música e Belas Artes do Paraná e lançam um novo desafio: a estabilização, a catalogação e a disponibilização.

Esse artigo apresenta o material iconográfico presente no acervo de música paranaense, percorrendo o caminho artístico e musical da capital paranaense dos final do XIX até meados do século XX. Através das fotos é possível revelar o cotidiano privado e a vida familiar, mas também expor o âmbito das relações afetivas e criativas estabelecidas entre núcleos artísticos, sobretudo a estreita ligação entre músicos e poetas simbolistas que culminou numa numerosa produção de música vocal. O artigo também pretende problematizar, através do relato de experiência, a dispersão de fundos e a ausência de catalogação de fontes iconográficas em acervos musicais, mesmo quando esses documentos representam o único registro de execuções e obras musicais. 



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