Portal de Eventos Científicos em Música, 5º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Arqueomusicologia: das flautas a arqueologia musical brasileira
Giusepe Augusto Araujo

Última alteração: 2020-04-11

Resumo


Dos extremos metodológicos, as primeiras discussões entre tais disciplinas começou a ocorrer por volta de 1977 na Inglaterra e Alemanha, se firmando em intersecções do trabalho de campo e da interpretação dos vestígios, complementando-se e progredindo para o atual cenário mundial. Entretanto, tal cenário é discreto e seus resultados muitas vezes auxiliam ainda mais na polarizar das pesquisas; tal como ocorre no Brasil; com a nuance, que para a arqueologia, arte pré-histórica se resume a pintura, e todo o resto é visto como pertencente a um traço cultural gerado pelo difusionismo cultural de povos pretéritos. Contestando com tais idéias, a música sempre se provou ao redor do mundo tão antiga quanto o próprio homem, onde no campo da materialidade artefatual, as flautas ao longo do tempo sempre se mostraram não apenas um dos vestígios mais recorrentes, como também o mais antigo e complexo conhecido até o presente momento; não sendo diferente, o Brasil possui acervo de artefatos atribuídos a uma ritualidade musical dos povos aqui viventes anteriormente ao colonialismo, que por um desinteresse ou falta de conhecimento técnico, vem sendo constantemente acumulado em acervos técnicos por todo o território nacional, sem nunca ver a luz de pesquisas direcionadas a tais artefatos, que facilmente poderiam recontar a ancestralidade musical dos povos ameríndios residentes respectivamente em seus territórios. Poucos são os acervos técnicos ou museológicos que disponibilizam para visitação aberta ao publico tais artefatos de origem musical, sem terem o devido estudo musicológico, limitando-se a uma breve descrição obtida pelo arqueólogo coordenador de campo que muitas vezes dá uma descrição incerta, baseada na exterior da peça, que posteriormente será arquivada em laboratório, por falta de uma analise técnica mais detalhada de tal profissional na arqueologia, isolando e enterrando essa fonte de conhecimento, no ambiente climatizado do acervo. Dos musicólogos que buscam tais artefatos para estudo, são barrados na burocracia arqueológica, publicando muitas vezes raros artigos com informações escassas, no que deveríamos enfatizar os numerosos benefícios de tal parceria entre campos traria para reafirmar essas culturas muitas vezes esquecidas dos povos tradicionais existentes; dando-lhes o destaque que por descendência lhe é originário.

 


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