Portal de Eventos Científicos em Música, 5º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical

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Cultura musical e hibridismo identitário na Apúlia: diálogos e encontros de tradições ceramológicas, iconográficas e organológicas
Fábio Vergara Cerqueira

Última alteração: 2020-05-21

Resumo


A cidade de Tarento, no sul da Itália, foi sede de uma pujante indústria oleira entre o final do século V e início do século III a.C., influenciando o surgimento de oficinas oleiras de tradição grega em localidades nativas, habitadas por povos ápulos, helenizados em maior ou menor medida. Esta indústria notabilizou-se pela produção de vasos de tradição grega, decorados conforme a técnica de figuras vermelhas, ao que se acrescentaram novas técnicas, como os vasos polícromos sobrepintados, os chamados vasos de Gnathia. O repertório iconográfico fixado nestes vasos destaca-se pela amplitude do material referente à música, em particular, aos instrumentos musicais. O escopo desta fala será apresentar três instrumentos musicais, caracterizados de modo bastante singular na pintura dos vasos ápulos, a cítara retangular, a harpa e o assim conhecido “sistro ápulo”. Serão abordados aspectos morfológicos, sociais e simbólicos, relacionados sobretudo à dimensão amorosa, levando-se em consideração o horizonte intercultural em que este repertório foi produzido, em meio a trocas culturais e comerciais entre os gregos coloniais de Tarento e os povos nativos (messápios, peucécios e dáunios).


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