Francisco Aurélio de Figueiredo Cirne e Mello (1854-1916), foi pintor, caricaturista, desenhista, escultor e escritor. Frequentou ainda adolescente a Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, sob a orientação de seu irmão, o pintor Pedro Américo (1843 - 1905) , e de Jules Le Chevrel (c. 1810 - 1872). Em 1871, publicou suas primeiras caricaturas em O Diabo a Quatro no Recife e A Comédia Social no Rio de Janeiro. Colaborou também como caricaturista na Semana Ilustrada, de 1873 a 1875, com séries temáticas, como Os Mistérios de Todos os Dias na Côrte, de 1874. Viajou para a Europa e residiu em Florença, entre 1876 e 1878. Nessa época, trabalhou no ateliê de seu irmão e estudou com Antonio Ciseri (1821 - 1891), Nicolò Barabino (1832 - 1891) e Stefano Ussi (1822 - 1901), todos pintores de história, gênero e retrato. A partir de 1880, visitou outros países europeus e participou de várias edições da Exposição Geral de Belas Artes. Tornou-se conhecido pelos quadros Francesca da Rimini, de 1893, e O Último Baile da Ilha Fiscal de 1905. Produziu também retratos, naturezas-mortas, cenas de gênero e paisagens. É importante mencionar que o artista esteve em Manaus, pelo menos em duas ocasiões, em 1888 e em 1907. De sua passagem por  Manaus, permanecem em acervos públicos e particulares obras pictóricas, tais como: A Ilusão do Terceiro Reinado, também conhecida como O Último Baile da Ilha Fiscal e O Banho de Ceci ( Pinacoteca do Estado do Amazonas); A Lei Áurea (Biblioteca Pública do Estado do Amazonas); os retratos da Princesa Isabel e de Dom Pedro II, (Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas). O objetivo geral desta comunicação de pesquisa é abordar a catalogação e o estudo crítico da iconografia musical na obra gráfica de Aurélio de Figueiredo (1854-1916), a partir da seleção de desenhos e caricaturas publicadas pelo artista nos periódicos Comédia Social e a Semana Ilustrada,  no período de 1870 a 1875. Após a síntese dos dados históricos-críticos e o agrupamento das informações técnicas, foi realizada a análise iconográfica de acordo com a teoria da arte e metodologia proposta por Erwin Panofsky, levando em conta os aspectos sociais da representação, fundamentados em Pierre Francastel e Enrico Castelnuovo. Até o presente momento, foram catalogadas 20 imagens e separadas por categorias de representação: ópera, canto e instrumentos musicais.