A música de câmara no século XVIII: uma abordagem da musicologia histórica e da performance por meio do estudo de um manuscrito musical

Esta proposta concentra-se no Manuscrito Musical 61 – M.M.61, da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

O M.M. 61 reúne 58 peças sem identificação de autor na referida fonte: 6 sonatas para dois violinos, 2 canções para soprano e tecla e 50 peças para tecla como: minuetos, allemanda, corrente e sonatas em 2 movimentos. Ao longo da pesquisa, ainda em curso, conseguimos identificar uma sonata de Domenico Scarlatti escrita de maneira facilitada. Este fato revela também outra face da música setecentista que é aquela diretamente relacionada com o ensino da música, ou seja, o modo como se praticava a música em voga e de como esta estava inserida na sociedade.

Como a nossa investigação pretendemos demonstrar como o M.M. 61 é um claro exemplo de como a música instrumental manuscrita circulou no século XVIII. Outro ponto importante do nosso trabalho é revelar um repertório camerístico que, ao que tudo indica, é desconhecido dos músicos práticos e do público em geral, como por exemplo, as 6 sonatas para dois violinos, anônimas, com características da escrita para violino própria de meados de 1750. Pretendemos trazer à lume este repertório desconhecido e colaborar, de maneira substancial, para o conhecimento da prática musical setecentista. Por fim, considerar os manuscritos musicais como fontes de informação histórica, musical, social, estética, pedagógica e artística.