Não é à toa que, já na década de 1980, a Atenas da Antiguidade ficou conhecida como “A cidade das imagens”, graças a uma importante publicação estruturalista organizada, entre outros, por Jean-Pierre Vernant. Para além de uma pólis decorada e colorida, é evidente, a partir do estudo dessas imagens, criadas sobre diversos tipos de materiais, que as imagens na Grécia Antiga assumiam importantes papeis sociais. Uma dessas funções é a de educar os seus habitantes, expondo como agir adequadamente, atender aos eventos públicos e privados, e mesmo as consequências de ações inadequadas. É a partir dessa premissa que analisaremos aqui como a iconografia sobre vasos cerâmicos produzida no Período Clássico, em que se representa figuras mitológicas com atributos musicais, servem a esse propósito de expor à população formas adequadas de atuar em situações públicas e privadas, educando principalmente os jovens para tornarem-se bons cidadãos e mulheres no que concerne a execução musical nos diversos ambientes da pólis.